O Centro Universitário do Norte (Uninorte), por meio do Curso de Graduação em Jornalismo, apresenta nesta segunda (30), pesquisas acadêmicas para a divulgação da pesquisa científica na instituição.
Se a divulgação científica já era importante para levar a ciência para além da academia, e dos laboratórios de pesquisa, com a pandemia ela se tornou ainda mais essencial para elencar os estudos relevantes e combater a crise sanitária.
Para a acadêmica Tizziana Barbosa, que fez uma pesquisa sobre como a ciência é abordada através do jornalismo científico em um grande veículo de comunicação da cidade de Manaus, iniciativas de divulgação acadêmica como esta, proposta pela professora Manoela Moura, são fundamentais para a democratização científica. “Elas são baseadas no princípio de aproximar a comunidade da produção científica, descomplicando a ciência e mostrando que o conhecimento é para todos. Trabalhando especificamente em pesquisas sobre a abordagem da ciência pelo jornalismo, percebi que existe uma grande dificuldade de a população entender como se dá o processo de produção científica, quais suas contribuições e também limitações”, afirma.
A pesquisadora atribui essa dificuldade a dois fatores principais. O primeiro, segundo ela, é que a formação acadêmica e profissional parte, na maioria das vezes, de ideias pré-concebidas sobre o conceito de ciência e não são muitas vezes divulgadas por jornalistas de forma assertiva, contrariando os cientistas pesquisadores. “As informações muitas vezes não são contextualizadas, sem que se estabeleça uma relação entre as diferentes áreas do conhecimento. Isso prejudica nossa compreensão e a busca de soluções para fenômenos naturais e sociais”, explica. Já o segundo fator, de acordo com a pesquisadora, é que os leitores preferem notícias rápidas e definitivas sobre os temas expostos, como por exemplo, saber se algo de fato funciona ou não.
A partir de tais constatações, é prejudicial o impacto negativo que a falta de informação sobre a ciência causa na sociedade, já que o papel da ciência é alavancar esse desenvolvimento. Outro impacto causado na sociedade, são os cortes na ciência que prejudicam finalizações de pesquisas e posteriormente sua divulgação.
Diante disso, a acadêmica ressalta que com o atual cenário de cortes orçamentários para a ciência no Brasil, a divulgação está ainda mais desassistida, segundo a SBPC. “Faltam verbas para fazer a própria pesquisa, não há recursos para a divulgação. As universidades e instituições de pesquisa e veículos que se propõem a falar sobre ciência, precisam ter pessoas especializadas na divulgação científica, profissionais capacitados”, afirma Tizziana.
Para a estudante, o coronavírus fez com que as pessoas se interessassem mais pela ciência e com isso, a produção acadêmica se torna uma ferramenta indispensável para despertar ainda mais esse interesse, pois entenderam que precisam da ciência para conter a pandemia, pois antes da pandemia, o movimento de crítica e de negação da ciência e sua produção acadêmico-científica parecia maior.
No momento atual em que, mesmo com o cenário da pandemia, setores da sociedade ainda questionam a importância das pesquisas científicas, os trabalhos científicos desenvolvidos dentro das universidades, tem o objetivo de incentivar jovens a se interessarem pela ciência, mobilizar atenção para a importância da produção científica brasileira e seu retorno à sociedade.
Nesse contexto em que o papel da ciência ganha evidência e as universidades públicas e particulares de todo o país assumem um protagonismo na luta contra a Covid-19, a UNINORTE, pertencente ao Grupo Ser Educacional, vem promovendo diálogos e diversas ações com base em pesquisas, para contribuir na divulgação científica, principalmente nesse momento que o mundo vive, assim como o próprio veículo de comunicação estudado ao informar diariamente o leitor sobre os processos de pesquisa para o combate do vírus.
Esse movimento de divulgação exacerbada, analisa Tizziana, há de ser crescente. Para ela, a comunicação restrita às paredes do laboratório e às salas de aula vão fazer parte do passado. A relevância e o potencial de incentivo de um contato direto do pesquisador com a sociedade, ela conhece bem, pois foi ao participar de uma feira de ciências na infância e posteriormente na universidade uma aula da disciplina jornalismo científico com a professora Andrea Arruda, que a então aluna decidiu-se pela pesquisa sobre ciência em seu trabalho de conclusão de curso. Desta forma, a acadêmica enfatiza a importância do conhecimento científico ser divulgado em todos os lugares possíveis, principalmente nos veículos de comunicação.
“Precisamos conversar para que cada vez mais pessoas compreendam por que a ciência é importante”, diz ela, que agora se inspira em seu projeto inicial para construir uma carreira acadêmica falando sobre suas descobertas no dia a dia sobre ciência, como pesquisadora para futuros trabalhos acadêmicos.
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